Linkin Park ou Nova Banda? A Ousada Reinvenção Que Divide Os Fãs

Linkin Park ou Nova Banda? A Ousada Reinvenção Que Divide Os Fãs

Música

Com Emily Armstrong e Colin Brittain, a banda entra em uma nova fase — mas ainda faz sentido manter o nome Linkin Park?


🔁 Um novo começo para o Linkin Park

Após anos de silêncio, homenagens e incertezas desde a perda de Chester Bennington em 2017, o Linkin Park ressurge em 2025 com uma proposta ousada: seguir em frente sem apagar o passado.

A nova formação mantém Mike Shinoda na liderança criativa e dá espaço a dois novos integrantes que chegam para somar — e não substituir. Trata-se de uma transição emocional, artística e respeitosa, feita com o aval e carinho da base de fãs que acompanha a banda há mais de duas décadas.

Ao mesmo tempo, é nítido que a sonoridade do Linkin Park entra em uma nova era — menos centrada no peso nu-metal das origens e mais aberta a experimentações com pop alternativo, eletrônica e influências contemporâneas.

A chegada de novos integrantes traz uma abordagem moderna no estilo musical e produção, representando uma renovação estética, além de uma liberdade criativa em uma nova direção. Ainda que a essência emocional continue presente, essa nova fase soa como um renascimento artístico, onde a banda se torna um “novo Linkin Park”.


👥 Quem São Os Novos Integrantes?

🎙️ Emily Armstrong — Nova vocalista

  • Histórico: Ex-vocalista da banda Dead Sara, Emily é conhecida por sua entrega emocional bruta, vocal poderoso e presença de palco magnética.
  • Estilo: Mistura de grunge, alternativo e pós-hardcore. Sua voz transita entre o melódico e o rasgado — algo essencial para canções como Numb e Given Up.
  • Conexão com o LP: Mike Shinoda destacou que Emily traz “força, vulnerabilidade e uma personalidade autêntica que honra o legado de Chester sem imitá-lo”.
Emily Armstrong de Linkin Park performa durante o livestream global da Warner Bros. Studios no dia 5 de setembro de 2024 em Burbank, California. (Créditos: Timothy Norris/Getty Images para Warner Music)

🥁 Colin Brittain — Novo baterista

  • Trajetória: Conhecido por seu trabalho como produtor e compositor, Colin já colaborou com nomes como All Time Low, 5 Seconds of Summer e Papa Roach.
  • Estilo: Técnicas modernas, batidas híbridas e uma pegada energética que atualiza o som do Linkin Park para os padrões de 2025.
  • Curiosidade: Além de baterista, ele também brilha como produtor e atuou na produção de faixas inéditas da banda.
Colin Brittain do Linkin Park performa no Barclays Center no dia 16 de setembro de 2024 em New York City. (Créditos: Theo Wargo/Getty Images)

🎧 Como está o novo som do Linkin Park?

A banda não tenta reviver o passado, mas sim evoluí-lo com honestidade. O novo som une influências do rock alternativo, eletrônico industrial, trap metal e até elementos do synthpop.

Faixas como “The Emptiness Machine”, “Heavy is the Crown” e “Good Things Go” já emocionam e surpreendem com letras profundas sobre identidade, dor e recomeço — temas caros ao grupo desde seus primeiros álbuns.

Confira o videoclipe de “Heavy Is The Crown”, o tema musical oficial do Mundial 2024 de League of Legends, com Linkin Park:


🗺️ Tudo sobre a turnê “From Zero”

A From Zero World Tour é o primeiro grande projeto com a nova formação. A estrutura visual e sonora dos shows está sendo chamada de “imersiva”, com telões 360º, interlúdios narrativos e uma forte carga emocional em cada performance.

📍 Datas no Brasil:

  • 5 de novembro – Estádio Couto Pereira, Curitiba
  • 8 de novembro – Estádio do Morumbis, São Paulo
  • 11 de novembro – Arena BRB (Mané Garrincha), Brasília

🎟️ Ingressos e mudanças

  • Você pode conferir os ingressos para os shows no Brasil aqui.
  • O show em Los Angeles, antes no Dodger Stadium, foi realocado para o Intuit Dome, com capacidade reduzida de 56 mil para 18 mil pessoas.
  • Compradores do evento original receberão reembolso integral e terão prioridade para adquirir novos ingressos.

🎶 Setlist esperado

  • Clássicos como “In the End”, “Numb” e “Breaking the Habit”
  • Faixas inéditas da nova fase como “Up From the Bottom” e “The Empitness Machine”
  • Tributos audiovisuais a Chester Bennington
  • Participações especiais em datas selecionadas

🧬 O Legado Vivo de Chester Bennington

Mais do que um vocalista, Chester Bennington foi o coração pulsante do Linkin Park. Sua voz cravada na alma de uma geração não era apenas potente — era visceral, humana, devastadora. Em cada verso, ele traduzia angústia, raiva, amor e esperança de forma brutalmente honesta.

Chester tinha uma presença de palco hipnótica, daquelas que transformavam multidões em um só coro. Ele parecia carregar o peso do mundo nos ombros — e ainda assim conseguia dançar com ele. Seu magnetismo não vinha de coreografias ensaiadas, mas da verdade crua que ele despejava a cada grito, a cada silêncio entre músicas.

Sua versatilidade vocal era impressionante: podia ir de um sussurro melódico e suave em “Shadow of the Day” para gritos rasgados e guturais em “Given Up”, sem perder a afinação nem a intensidade emocional. Transitar entre estilos como rock alternativo, metal, eletrônico, pop e até acústico era algo natural para Chester — ele dominava com técnica, mas acima de tudo, com sentimento.

Ele não era apenas uma voz — ele era muitas. E todas elas, de alguma forma, diziam o que muita gente não conseguia dizer. O luto pela sua partida ainda ecoa, mas o legado que deixou segue mais vivo do que nunca — em discos, em vídeos, nas vozes dos fãs, e em cada letra tatuada em pele e memória.

Mike Shinoda deixou claro: Chester está em tudo o que o Linkin Park faz. Não há substituição, apenas reinvenção. A nova formação é uma continuação — não uma substituição — da energia que tornou o LP tão único.

Chester Bennington do Linkin Park performa no Makuhari Messe, Chiba em evento para combater o Aquecimento Global, no dia 7 de julho de 2007, em Tóquio, Japão. (Créditos: Junko Kimura/Getty Images)

“Essa não é apenas uma turnê. É um ato de amor aos fãs, à música e à história que ainda estamos escrevendo juntos.”
Mike Shinoda, em entrevista à Rolling Stone (março de 2025)


🧠 Quando a dor vira arte e o luto vira renascimento

A nova fase do Linkin Park não apaga o passado — ela o ressignifica. Ao acolher novos talentos como Emily Armstrong e Colin Brittain, a banda prova que é possível seguir em frente com integridade, respeitando quem veio antes e quem ainda está por vir.

Mas surge uma provocação inevitável: será que ainda estamos falando do mesmo Linkin Park?

A sonoridade agora flerta com o pop alternativo, a produção é mais limpa e contemporânea, e a presença de Emily — com sua entrega intensa, porém diferente da ferocidade emocional de Chester — transforma a química do grupo.

Para muitos fãs nostálgicos, essa formação soa como uma nova banda usando um nome antigo. E talvez devesse ser isso mesmo. Por que manter o nome Linkin Park, se a essência e o estilo já não são os mesmos? Seria apenas uma estratégia de marketing para manter viva uma marca poderosa, ou ainda há um fio legítimo ligando passado e presente?

From Zero” é mais do que uma turnê. É um manifesto de resistência artística, mas também uma ruptura com o que foi. Talvez o nome da turnê revele mais do que aparenta: um recomeço absoluto, onde a banda não volta ao início — ela parte do zero. E a história, mais uma vez, está só começando.

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